Fotos Panorâmicas, ou melhor, Gigapans!

Logo que o Obama (o Barack, não o Bin Laden)  foi eleito, uma nova tecnologia que permite a montagem de inúmeras fotografias em uma só imagem panorâmica, aliada a uma nova rede social – www.gigapan.org – começou a fazer muito sucesso. A foto panorâmica do discurso da posse do presidente já foi vista por 11 milhões de internautas.

Eu soube do Gigapan quando o FimdeJogo me perguntou se eu saberia fazer um para uma campanha do patrocinador do Flamengo: quem descobrisse uma determinada pessoa no meio da torcida do Flamengo, em dia de Maracanã lotado, ganharia uma camisa oficial do mengão. Olhando para o gigapan do maracanã (este, por exemplo) encontrar alguém parece ser uma tarefa absurdamente difícil. Eu imaginava que iria demorar dias até alguém achar o sujeito certo. Pois a campanha, lançada no blog fimdejogo logo após um jogo do Flamengo x Santos, durou… 20 minutos. Talvez pelo mesmo motivo que fez o livro “Onde está Wally” um best seller, uma multidão se empenhou em participar da brincadeira.

Percebi de estalo o potencial de um serviço desse tipo. Vi a dificuldade do cliente de encontrar um profissional capacitado e as dificuldades que a pessoa que foi escolhida teve em realizar a produção do gigapan. Pesquisando, encontrei mais uns 4 ou 5 pessoas que dominam a arte aqui no Brasil. A demanda é pequena por enquanto. As empresas de publicidade ainda estão descobrindo a nova ferramenta. Uma visita rápida ao site gigapan mostra todas as possibilidades: fotos panorâmicas de paisagens naturais é apenas a mais óbvia. Eventos cheios de gente, vitrines cheias de detalhes, macrofotografia, aplicações em arquitetura, geologia, marketing, design, urbanismo… posso passar o dia inteiro listando aplicações para gigapans.

[iframe: src=” http://www.gigapan.org/media/gigapans/41099/options/nosnapshots,hidetitle/iframe/flash.html”  frameborder=”0″ width=”100%” height=”260″ scrolling=”no”]

Com uma câmera na mão, um tripé e mil idéias, comecei a praticar. E a pesquisar software e hardware especializados. E a aprender a como lidar com registros de 180 ou mais graus, com focos diferentes, iluminações fracas ou excessivas,  a descobrir quais entre as mil variáveis que a câmera e as objetivas oferecem podem ser utilizadas, quais não podem, desisti do tripé, que só se faz necessário em fotos escuras; a driblar as pessoas que se metem na frente ou que fojem do fotógrafo, e, principalmente, a ter paciência para renderizar centenas de imagens de 12,5 Mpixels. As maiores fotomontagens demoram, no meu micro com 4GB de RAM, 30 horas ou mais.

Atualmente estou com 62 gigapans publicados. Apenas 1 é um gigapan de verdade, de 1,22 Gigapixels, resultado da montagem de 169 registros do pier de desembarque da Vila do Abraão, na Ilha Grande. Como o robozinho que auxilia na produção fotográfica, vendido no site da Gigapan Systems, está out of stock, e tripé não funciona debaixo dágua, o jeito foi fazer as fotos na mão mesmo, girando o corpo e tentando manter o prumo enquanto tirava 3 fileiras de aproximadamente 56 fotos cada uma. Isso ainda me traz muitos problemas, que só irão piorar quando chegar a teleobjetiva que eu comprei pela internet. Quanto maior o zoom, mais fotos, mais chances de erro, mais memória consumida… mas os erros são os melhores professores que eu conheço. Da próxima vez que alguém me perguntar se eu conheço quem faça gigapans, eu estarei apto a oferecer meus serviços.

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *